31 dezembro 2012

Um clichê necessário

Lembro-me bem dos pedidos e promessas pessoais para o ano de 2012. O clichê "paz, amor e esperança", iniciar uma dieta, estudar bastante, passar nos vestibular, ler muitos livros, conhecer novas pessoas e ter as pessoas que eu mais amo ao meu lado. Infelizmente, nem tudo depende só de nós. O que está ao nosso alcance a gente se esforça o máximo pra conseguir. Estudar, emagrecer, ler livros, são coisas 'materiais' que a gente pode ir atrás e conseguir. Mas manter pessoas com você e fazer com que novas amizades se aproximem, não é tarefa fácil se você agir sozinho. Lamentavelmente, poucos dos meus desejos foram atendidos, ou talvez ouvidos. Dei a minha vida pelos livros, estudei como se não houvesse outra chance, me cansei, me afastei de amigos essenciais, e perdi um pouco da vida social. Li algumas frases. Não li os livros que queria, não tive tempo, mas tive os livros. A paz que eu tive foi relativa e momentânea. A esperança eu sempre tive, foi sempre algo meu, eu só pedi um pouco mais. Emagrecer ficou pra 2013, ou seja, engordei bastante. E como se já não estivesse normal demais, o vente levou um anjo. Foi demais pedir para que todos que eu amo permanecessem ao meu lado, talvez. Então Deus levou pra morar com Ele a minha segunda mãe, o meu amor calado, a minha conversa de todos os dias, o riso de todas as noites. Levou-a e desceu para nos confortar. Mandou-me anjos que me fizessem sorrir novamente, ou que simplesmente me entendessem, me acolhessem. Mandou pessoas inacreditáveis, incríveis e absolutamente amáveis. Mas deixou a saudade habitando no meu coração. Deixou a dor das lembranças. E deixou, também, a capacidade de amar. Deus levou para o seu lar uma das pessoas que eu mais amei e amo na minha vida. Levou uma partezinha de mim, da minha rotina, do meu amor e do meu carinho. Levou também um pouco da minha alegria. Mas eu ganhei a coragem novamente. A força de seguir em frente. De me reerguer, porque outras pessoas precisavam muito mais do meu 'ombro' do que eu do delas. Eu levantei. Mas as saudades ainda machucam todos os dias. Devido a um ano tão difícil, eu peço, com todo clichê que há nesse mundo, que 2013 me traga todos, infinitamente todos, os sorrisos que 2012 me roubara, com toda sinceridade e força que há em mim. Que os ventos soprem muito mais leves, mais frescos e na direção correta. Que o sol ilumine sempre a minha manhã, que me faça acreditar todos os dias que é sempre possível ser mais feliz que ontem. Que todas as coisas boas que aconteceram em 2012, se repitam em 2013 de forma ainda melhor. Que eu saiba sempre entrar no caminho certo e que as minhas decisões sempre venham repletas de sabedoria e confiança. Que a mudança não me mude, que o caminho seja lindo, que as saudades sejam felizes e que as lágrimas sejam de alegria. Que em 2014 eu não lamente tanto o 'ano passado'. Que eu possa aproveitar ao máximo todas as oportunidades que aparecem e que eu desfrute com amor todos os novos sabores. E, mesmo sabendo o quão difícil é atender a essa 'súplica', eu peço que todas as pessoas que eu amo e que me fazem ser uma pessoa melhor, estejam comigo novamente no ano que está pra chegar. Que não me deixem e que eu não os deixe novamente. Feliz ano novo, paz e esperança para todos. Muito amor no coração, porque é disso que nós (e mundo) precisamos. Paciência pra esperar e fé para seguir. Que tudo seja sempre melhor que ontem. 

Dani Fechine

14 dezembro 2012

O amor pode dar certo

Amor pode ser a solução. Com tanta hipocrisia e pouco profundidade nesse mundo, amor pode ser a única saída. Olho para os lados e não enxergo nada que me prenda a atenção, além de franzir a testa com um ato de indignação ou de repúdio. Ou até acabar com as minhas expressões, porque até elas, as vezes, se privando ganham mais. Em um mundo de pessoas vazias, qualquer porcentagem de sabedoria é válida. Um mundo onde o 'ter', possuir e 'mostrar' valem muito mais que o 'ser', o agir e o guardar, no mínimo o amor é a única proposta válida. Fomos condicionados e hoje, bonito mesmo, é quem foge do padrão. Bonito é quem sai da conduta rasa imposta pelo mundo e cria a sua própria. É um clichê dos grandes, mas ele nunca fez tanto sentido como agora que escrevo. O tempo hoje parece dar valor aos carros milionárias, a carteira gordinha e a aparência. Isso tudo acrescenta sim, não há dúvida. Mas pra quem tem cabeça boa. Mentes com musiquinhas de elevador estragam ainda mais a luxúria. E mais uma vez, o amor por salvar. Procura-se inteligência, dedicação, discernimento, em um mundo onde a preguiça vem prevalecendo. Se o planeta fosse delimitado por paredes, faltariam espaços para as escoras. E sobraria um lugar definitivamente enorme pra quem sabe ser intuitivo e sábio.
Em um mundo onde as pessoas tanto se fecham para opiniões diferentes, como podemos pensar em mudá-lo? Mudar o mundo é surreal. As ideias e opiniões são diversas e o ser humano é um só ser quando bate de frente com a crítica e a oposição. Nós não podemos mudar o mundo, as pessoas e as coisas, mas o amor pode salvar. A gente não pode, simplesmente, abrir a mente das pessoas, extinguir o preconceito... Mentes abertas nem sempre são tão fáceis, lembre-se disso. Todos nós agarramos os nossos dogmas e condutas e qualquer intervenção é uma nova revolução francesa. Defendemos nossos ideais mas esquecemos de respeitar o do próximo. E, infelizmente, nós não podemos mudar a conduta mundial. Mas o amor pode. Em um mundo tão egoísta e tão mesquinho, não se pode esperar muito das pessoas. Elas sempre têm muito a oferecer mas muito pouco oferecem. Guardam suas dádivas para si e mal usufruem delas. Guardam sua felicidade e dessa forma não conseguem multiplicá-la. 
Nos foi dado, eu sei, o poder de escolha. Mas não podemos, de forma tão simples, optarmos somente por nós. A vida é uma sociedade. E tudo bem que todos nós precisamos estar sozinhos de vez em quando, mas por motivos óbvios e pessoais. Nós precisamos do próximo, querendo ou não. E para implodir com o egoísmo, o amor está aí. Hoje quando acordei eu pensei em desistir, mas o amor me mostrou que com ele a estrada é bem mais harmoniosa. É bom seguir assim.

Dani Fechine

25 novembro 2012

Neguinha, te encontro na fé

Queria poder te dizer, frente a frente, que eu não acredito na sua ausência. Você ainda é presença forte na minha vida e na de cada um que com seu sorriso ficou. Estranho é chegar em casa e não te ver mais sentada à mesa em horário de almoço, com todas as suas manias postas ali. Vazio é começar o meu dia e não te ver caminhar pela casa, é pegar o caminho para escola e não receber sua bênção antes de sair de casa: "Vai com Deus e pelo cantinho do muro." Confesso que nunca entendi muito bem essa sua teoria, mas nunca te desobedeci. 

Difícil é, em um dia de descanso qualquer, deitar nas almofadas da sala, assistir a qualquer novela, e não ter ninguém como a senhora para me fazer rir com as comparações de cada personagem. Como você dizia: "É osso!" É difícil levar a vida sem a senhora, chegar das minhas responsabilidades tarde da noite e não te ver sentada na sua poltrona, quase dormindo, mas sempre dizendo: "Tô assistindo...Vou já dormir." Porque da mesma forma que eu sinto falta das suas manias e dos seus carinhos, sinto também das suas broncas. Do copo em cima da mesa, da louça suja, dos livros espalhados pela casa, dos pés no sofá. Saudades, vó. 

Lembra das noites de apagão? Lembro-me de como me divertia dormindo no terraço com a senhora; você dormia como um anjo, e eu não aguentava nenhuma hora perto daqueles mosquitos. Lembro-me muito bem de como a senhora sempre me elogiou muito pra todo mundo que viesse a conversar com você. Sempre acreditou na minha vitória, e de que eu conseguiria passar no vestibular. Sempre me mandava descansar, parar um pouco de estudar, sair com meus amigos. Quando resolvia seguir seus conselhos e me arrumava da melhor forma que eu sabia, você olhava pra mim com um olhar de saudade interior e dizia: "Tá uma gata, vai arrumar um 'coelho' por lá." A verdade é que eu nunca arrumava, nem nunca ia pra arrumar um, mas sempre saía de casa com um sorriso no rosto por ouvir suas palavras extrovertidas. 

Lembro que você mandava eu guardar comigo a melhor amiga que eu tenho. Deixava sempre bem claro que ela era como uma neta e que eu tinha uma amiga de verdade. "Cadê Bia que nunca mais veio aqui?" E então ela aparecia pra te trazer alegria. Hoje a gente leva a vida sem a senhora, mas com a certeza de que tem um anjo nos guiando para sempre. Os domingos nunca mais serão os mesmos, muito menos a alegria desta casa. Os jogos de futebol e de vôlei também não terão a mesma emoção. Minhas conquistas nunca mais terão um gosto muito bom; faltará você pra me parabenizar, me abraçar e dizer que está muito feliz por mim. Nunca mais teremos um Natal feliz. É forte dizer isso, mas é uma verdade que temos que encarar. Nossos finais de ano serão os nossos piores recomeços. Meu aniversário já começou a mudar de estrutura. Triste mesmo foi não te ter por perto nos meus 18 anos de vida. Triste foi não ouvir você dizer: "Eu que estou ficando velha..." 

A senhora sabe que difícil mesmo, além de te ver partir assim, foi te escrever. Demorei um tempo pra me acostumar com a ideia de que você não leria isso. E difícil também foi relembrar tantos fatos e saber que eles não voltam mais. Deixo aqui a minha declaração de que esse foi o texto mais difícil de escrever, e diante mão, não será o último. A única forma que encontro de eternizar a senhora, vó, é te escrevendo. É deixando bem claro a sua importância na minha vida. Estando por aqui ou não. 

Na última vez que nos vimos, você me pediu com lágrimas nos olhos, que eu rezasse pra senhora sair logo daquele hospital. Eu rezei. Perdão vó, se não foi o suficiente. Sentirei e sinto saudades enormes das suas brincadeiras e das suas alegrias. Infelizmente não houve tempo pra que você me ensinasse a costurar. Agora a gente paga uma costureira pra fazer algumas roupas, acredita nisso? E a gente sempre diz: "Vovó faria isso rapidinho..." Saudades, vó, de te ensinar todos os dias a ler as mensagens no celular, saudades de te ver reclamar desses cabelos tão lindos e tão lisos, saudades da sua voz, do seu sorriso, saudades de ver deitada na cama, e sobretudo, de te ter aqui dentro de casa. Perdão, vó. Perdão se não fui muitas vezes a neta que você quis ter, perdão se falhei, se deixei a desejar. Perdão, principalmente, por meu silêncio tão grande. Sempre gritei dentro de mim o quanto eu te amava, e embora não explodisse isso sempre, você tinha certeza disso. Perdão, vó, mas eu não consigo não chorar. Sei que estás num lugar maravilhoso, fazendo jus a pessoa que você foi. Mas eu não consigo não ter saudade. Eu não consigo me acostumar com sua ausência. Eu sei que estás aqui, e sei que estarás para sempre. Eu te amo. A gente se encontra um dia, eu tenho certeza. 


Dani Fechine

Para apreciar e amar nas horas vagas

"eu me chamo antônio"
Hoje eu vim apresentar pra vocês uma página magnífica. Há pouco tempo, olhando os BLOG's da vida, encontrei o de um cara, que suspeito se chamar Pedro Gabriel. A criatividade e a beleza de suas imagens e frases me encantaram, e não é pra menos que muitas delas já foram colocadas na página do Escrever Para Não Implodir.
São frases curtas que traduzem qualquer imagem. Muitas vezes eu encontrei ditados modificados que me fascinaram. Portanto, eu resolvi compartilhar com vocês uma das páginas que eu costumo visitar nas horas vagas. Estou sempre procurando ficar a par de todas as atualizações. É um trabalho super interessante e diferente. O cara escreve em guardanapos e assina como "eu me chamo antônio". Me encantei com as palavras. E pelo que conheço dos meus leitores, imagino que todos irão se apaixonar.
O link do blog (na verdade é um tumblr) é este -> http://eumechamoantonio.tumblr.com/
Ele também possui uma página no Facebook, para acessar basta clicar aqui.
Espero que gostem tanto quanto eu. Apreciem, vale a pena. Deixarei aqui algumas fotos deste trabalho que tanto me encantou.


Publicado por: Dani Fechine

05 novembro 2012

Haja o que houver: aja

Um texto. Era a única coisa que eu pedia no meio de tanta algazarra. Eu só pedia que palavras pudessem explicar o que eu sinto e o que se passa dentro de mim, essa coisa que nem eu, a pessoa mais provável, sei detalhar ou exemplificar: essa loucura de ser mil. Ponto final. Um texto me bastava. Escrever sobre qualquer coisa. Ou sobre você, ou sobre esse mundo de livros que invadiu minha vida, ou sobre a pior dor que já feriu meu peito. Qualquer história dramática e desconhecida viria a calhar. E então depois de tanto tentar, depois de tantas frases sem pontos finais, vírgulas intermináveis, e um coração explodindo em palavras, eu consegui, embora não sem medo, digitar algumas linhas num parágrafo murcho e sem graça. É de se esperar que alguém tão decidida de si e ao mesmo também tão indecisa com as coisas supérfluas, se abalasse com qualquer gota de chuva que caísse de um céu ensolarado. É de se esperar, porque afinal, toda montanha coberta de gelo se derrete ao longo do tempo. Alguém assim tão romântica com as coisas que o mundo nos mostra, só poderia estar se corroendo a cada texto não terminado, incompleto. Nem nas entre linhas haviam palavras. Nem nos rascunhos. Nem nas páginas finais do caderno. Mas a cabeça explodia. Ninguém é grande o suficiente pra suportar tudo sozinho. Nem que seja um papel e uma caneta, mas algo precisa te acompanhar na labuta. Era de se crer que não fosse nada fácil, julgando que as palavras sempre foram as maiores companheiras de alguém que não gosta de gente - a não ser para estudá-las ou pra amar de verdade. Um texto viria como um remédio tarja preta e ao mesmo tempo como um relaxante muscular, um calmante, um suco de maracujá. Me traria a saudade e a paz. E como se tudo que você já viveu não tivesse valido de nada, você se pega presa em um ano obscuro, incomodado com a sua própria existência no planeta. Eu sabia que esse tal de Ano não tinha ido com a minha cara. Quando ele começou a chegar, eu já havia percebido as caras e bocas que ele fazia pra mim. Mas não precisava ser tão direto com as ofensas. Me trouxe tristeza, raiva, decepções, e como querendo se desculpar por tudo, resolveu me presentear com uma alegria sequer. Uma só. Mas nada apaga o que o Ano causou em mim. Me fez parar com as palavras, me fez chorar mais do que a minha vida inteira até aqui, me fez abaixar a cabeça por fraqueza, ser pessimista, inconstante. Me fez ser ausência e sentir a ausência também. Imagino que meu jeito tão seguro das sensações foi que desencadeou tudo isso. Coitado do Ano. No final das contas não teve culpa nenhuma e eu aqui descontando todas as minhas injúrias em um simples calendário humano e divino. A gente precisa, infelizmente, passar por mais baixos do que altos pra se estabilizar, se equiparar com o mundo. E não conseguimos seguir sozinhos. Não precisa tentar muito menos insistir. Está escrito na testa de cada um que a gente precisa de alguém. Sozinha não dá. E desculpa se acabo de te decepcionar. Mas é que não basta se olhar no espelho e dizer: "Eu consigo!" É preciso acreditar e sobretudo ter alguém que acredite em você. A vida nos mostra que o caminho é sempre muito longo, e que há sim uns atalhos que a gente pode tomar. Mas mostra também que nem sempre esses atalhos são propícios e que a gente deve seguir da forma que deve ser, mesmo na dificuldade. E sozinho ou não, você precisa ir. Esteja com você mesmo. Não se abandone. 

Dani Fechine

12 outubro 2012

Indescritível, no sentido mais literal

É como se meus dedos me impedissem de escrever. Ou como se minha mente se fechasse no momento em que a caneta encosta o papel. Escrever sempre foi um desabafo, um meio de colocar pra fora os pensamentos que congestionam minha mente. Sempre foi uma forma de fazer jus a frase: "Escrever para não implodir". E aqui vai mais uma tentativa de expressar esse bonito embrulho que existe dentro de mim. Mais uma tentativa de escrever, descrever. Mas parece que você enfeitiçou a minha criatividade ou a minha vontade de expor um sentimento. Nunca foi tão difícil escrever. Nunca foi tão fácil expressar algo tão difícil, que não fosse em um texto. Mas eu já entendi. A facilidade de descrever o sentimento é tamanha que um arrodeio de palavras só iria gerar redundância. Porque se você me pergunta "o que é isso?", eu já sei te responder com poucas palavras. Mas se você me pede pra explicar, eu posso cantarolar ou quem sabe biografar tudo pra você. É difícil expressar, escrever, falar. Mas responder é fácil. Se você me pergunta, eu te respondo sem vai-e-vem. Eu ainda posso te explicar tudo que isso me causa, ou tudo o que você me causa. Porque as sensações não são tão simples. São, de longe, as coisas mais cabulosas, geniais e maravilhosas que eu já senti na vida. Porque sinceridade a gente não encontra em qualquer esquina. É preciso conhecer alguns mascarados antes do triunfo. E eu poderia ter conhecido a quantidade que fosse de pessoas indiferentes, rasteiras e até omissivas, mas se eu te encontrasse no final do caminho, valeria a pena cada enganação. Porque me parece ser muito fácil olhar pra você e sentir que eu posso seguir tranquila. Me parece fácil porque realmente é. Segurança é quase tudo nessa vida. Em todos os aspectos. E quando você sente que seus pensamentos, seus sonhos, seus medos, suas angústias e suas felicidades estão bem guardados, você se sente guardada também, protegida. E não é fácil encontrar isso por aí. Não é fácil encontrar segurança em um olhar, proteção e sinceridade num sorriso, muito menos em um abraço. Quando se encontra, não há erro. E você pode até desconfiar de cada passo, cada palavra e cada intenção... Mas vai ter sempre algo gritando lá no fundo de que a felicidade chegou; agora você pode acreditar de novo. 

Dani Fechine

04 outubro 2012

Um espelho favorito

Eu que já escrevi tanto sobre amor, quando olho pra você desisto de me perguntar "o que é isso?", porque sentir já é tão bom, que eu prefiro não nomear nada. Amar demais, é sofrer mais. Por isso, deixa esse sentimento guardadinho ali, com as maravilhosas sensações que desperta, e se um dia, por força do destino, a gente vier a ser um só, eu digo que é amor. Eu que sempre me fiz tão entendida das reações humanas diante disso, me faço perdida quando olho pra você. Porque é definitivamente curioso tentar saber quem você é, querer olhar além do que seus olhos mostram. E aí você me devolve o olhar. O que você causa com cada passo que dar, cada piscar de olhos, cada palavra escrita ou pronunciada, é inédito para o meu coração tão congelado pra isso. As vezes eu fico me perguntando se o acordar pensando em você é algum sinal. Ou se dormir com esses mesmos pensamentos significa que existem algumas borboletas no meu estômago. Eu poderia dizer que isso é paixão. Que palpitar o coração é paixão. Que se sentir tão bem assim, é paixão. Mas doar-se não é só paixão. Eu posso criar um neologismo diante disso, porque essas sensações são únicas. Pude me debruçar tanto na sinceridade do "sentir de novo" que eu passei a querer que você tivesse as mesmas reações que eu. Eu realmente devo ter confundido um pouco. É que você me mostra que tudo pode ser tão melhor, e por isso te deixar é impossível. Não sei se a sua intenção é essa, mas você está me fazendo ver que eu posso ser feliz. Sei que segura minha barra, que aguenta minhas angústias, mas me deixa segurar seu mundo também. É tão mais fácil assim. Mas me parece que abrir o coração, seja lá para o que for, é tão complicado que é quase imprevisível. Infelizmente eu sou do tipo que guarda alguns traumas. Se você quiser quebrá-los... E pode parecer estranho ou óbvio, mas é como eu ouvi por aí uma vez: "Não posso ficar apenas com seu sorriso, quero ter você pra minha vida."

Dani Fechine

22 setembro 2012

Desejos literários - Books











   


Bom gente, vim fazer esse post diferente pra vocês. Sair um pouquinho dos textos de sempre, e trazer esses livros pra vocês. São os que eu mais quero no momento, e talvez vocês gostem muito também. O Segundo Suspiro é o livro do filme Intocável, que já está em cartaz em todos os cinemas. A história é incrível e emocionante, saindo do clichê de "romance-casal" e caminhando para uma maravilhosa amizade entre dois homens. P.S. EU TE AMO, é também o livro do filme P.S. I LOVE YOU, filme de romance muito conhecido por quem aprecia o gênero. Eu, particularmente, sou apaixonada por esse filme. Já devo ter assistido umas 15 vezes e não me canso. É o melhor de romance da minha estante. E aí quando vi o livro na livraria fiquei louca. Porque nunca procurei por ele, mas hoje é uma das preferências da minha lista. Um Dia (ou One Day), é um livro muito emocionante, como ouço comentar por aí. Falam muito bem da história e a sinopse já te faz querer ler. Me motiva muito a leitura pelo fato de não ser um romance que acontece na atualidade, e isso muda toda a história. Também tem o filme por aí. Para Sempre, é um livro bem sintético. Assisti ao filme e amei pelo final inesperado e saindo do clichê "muito feliz". E a gente sabe que livro é sempre muito melhor que o filme, te traz uma riqueza de detalhes e de imaginação, e por esse motivo coloquei-o na minha listinha. O Melhor de Mim, é mais um livro de Nicholas Sparks. E pra quem viu um dos meus últimos posts, percebeu que sou fã do escritor. Pesquisei alguns livros seus, li sinopses e críticas. Queria muito mais algum dele na minha estante (como já tenho Querido John e Um Homem de Sorte). Os populares, como Um amor pra recordar, O diário de uma paixão, não me satisfazem tanto, por já ter visto o filme e não ter gostado muito. É um pensamento preliminar, claro. Mas O Melhor de Mim, seria o primeiro da lista de livros de Nicholas Sparks que pretendo comprar. Ainda tem Gabriela, Cravo e Canela. É fato que não conhecia muito a obra antes da novela surgir na Globo. Mas é incrível como os capítulos curtos encantam e te prendem na frente da TV. Como sou apaixonada por livros, seria indispensável lê-lo. Jorge Amado é um escrito bastante renomado e muito, muito talentoso. Gosto muito das histórias de suas obras.  Por último, e não menos importante, tem Ao Norte de Mim Mesmo, de Gabito Nunes. Muitos não devem conhecê-lo. É um escrito muito jovem e espetacular. Leio sempre seus textos em seu blog e me encanto cada vez mais. Lembrando que a venda do livro do Gabito Nunes só acontece no site do escritor. Por admirá-lo muito, o seu livro entra nos meus Desejos Literários. 
Enfim, leitores, espero que tenham gostado e que isso os inspirem a comprar mais e mais livros, porque leitura nunca é demais. Todos os livros são de fácil acesso e ao alcance de todos vocês. Se deliciem e aproveitem. Não há nada melhor que um bom livro e um pouco de silêncio. Beijos, e até o próximo post. 

Dani Fechine

O inferno por dentro - Gabito Nunes


             Você é aquele tipo de pessoa inconfiável, seus movimentos são joguinhos manipuladores, seus discursos nem se fala. Já faz tempo que parei de guiar minha vida com suas frases de parachoque de caminhão. Fui embora. Agora de uma vez. Sem volta e sem conversa. Voltei para a casa dos meus pais, mas não por muito tempo. Meu antigo quarto virou uma sala de cinema. Talvez eu volte pra Lisboa. Aliás, não te interessa. Não estou dizendo isso porque no fundo te quero ralando joelho pelas ruas atrás de mim. Não dessa vez. Não vem com bombons, não vem com desculpas, não vem com canções. Não vem. Se você tiver a fim de compreender o presente, precisa analisar o passado. Todo ele, dia a dia, cada palavra, seu borderô de atitudes passadas. Dá uma olhada em tudo que você fez e me diz. Viu? A novidade é que o dia que eu sempre prometi que viria, e que você nunca esperou chegar de verdade, veio. Eu cansei. Não sou mais eu.
             Contou os anos? Quanto tempo esperei por você? Você crescer, você mudar, você mostrar algum remorso. Você tem de querer. Embora eu queira muito, mesmo eu querendo em dobro, não há como querer por você. Só quem enfrenta longas esperas sabe como é o inferno por dentro. Eu sempre falei, um dia alguém tinha de te dizer não. Eu queria que não fosse eu, porque aí eu poderia ficar numa boa e assistir você sofrer, nem que seja calado num canto, mas sofrendo, mostrando algum arrependimento ou qualquer traço humano. Quem sabe eu até enfiaria os dedos ainda com aneis no meio dos seus cabelos e diria que tudo vai ficaria bem. Agora é tarde, meu anel já se foi, nem os dedos ficaram.
              Só que você sempre dá um jeito de se safar. Ficar seria tolerar suas mancadas. Você precisa perder pra entender onde errou, que isso que você faz é um erro, um dos feios. Que evitar e não tocar mais no assunto não é perdão ou esquecimento. É sufocar. E eu estava sufocando, morrendo na praia em frente ao mar de rosas que você anunciou, cheia de pétalas grudadas no céu da boca, entupindo os bofes, sem ar, uma vontade constante de regurgitar de volta suas garantias de araque. Partes de mim querem ir embora, partes de mim querem ficar. Ainda não terminei de gostar de você. Mas consegui. Agora fui. Porque comecei isso querendo ser sua companheira, passei a cúmplice das suas maldades, e ficar dessa vez vai me fazer sua comparsa. Não é um ‘até amanhã’ nem ‘até breve’ e nem ‘até mais’. É um ‘até você mudar’ ou ‘até você não ser mais quem você é’. Até nunca, então.

Gabito Nunes

16 setembro 2012

Virando o tabuleiro

Já te quis bem demais. Já dei a minha vida pra te ver feliz, já abri mão do meu bem estar pra te confortar. Eu já sorri pra você querendo chorar de raiva, já aceitei um dança casual e já caminhei ao seu lado pra te aliviar. Eu já te ajudei a seguir em frente, já te dei forças quando você não tinha, já ouvi seus choros de "seja lá que motivo for", já te aconselhei a fazer o certo e já consegui te colocar num caminho melhor. Eu me doei completamente pra você, quando foi da minha amizade que você precisou, já atendi suas ligações de madrugada, pra ouvir suas baboseiras, mas também já saí no meio da aula pra te ajudar em alguma dúvida ou problema. Já ouvi os seus problemas, já quis morrer pra te ajudar, pra te ver sorrir. Infelizmente, já te aceitei mil vezes. Já acompanhei todas as suas fases, todo seu crescimento, e todo o seu declínio também. Já vi você perder um ano da sua vida, por simplesmente deixar que os outros te manipulassem. Eu já te vi se arrepender de amizades construídas, de amores criados e de uma vida mal vivida, desperdiçada. Já faz tanto tempo desde a primeira vez que eu te vi sentado na grama esperando a partida de vôlei começar, que eu já te conheço mais do que a mim mesmo. De mim, nada é escondido. E mesmo antes de ver com meus próprios olhos, eu já sabia o rumo que você levaria. Porque eu já te vi quebrar a cara algumas vezes, já ouvi você chorar por isso, e já vi você se envergonhar de si mesmo. Já te vi sendo a pessoa mais feliz do mundo, mas te vi também se destruindo. Eu sempre estive aqui. Nunca saí do seu lado em momento algum. Você ainda não percebeu que a minha assiduidade na sua vida, tem sido maior do que na minha própria. Talvez eu tenha errado aí. Ter te feito um gigante na frente do meu próprio espelho. Ter te venerado como se você fosse um alguém. Eu já te vi de tantas formas, já te ajudei em tantas situações e você já foi meu tantas vezes, que eu sempre quis que você fosse a pessoa mais feliz do mundo. Eu sempre quis que você fosse firme, corajoso, leal e feliz, acima de tudo. Eu sempre, sempre, sempre, quis ver o seu sorriso. Mas agora... Agora você manipula a sua própria vida. Já se foi o tempo que eu te ajudar, era uma coisa de amizade forte e sincera. Eu já quis tantas coisas boas pra você, que agora não há mais nada na lista de "coisas boas que eu quero pra você". Por querer tanto ver você no alto, e por te ver se colocando tanto no chão, eu agora não sinto mais a dor do tapa na cara que costumo levar com as suas atitudes. Agora é você contra você mesmo. Eu estou saindo do jogo para sempre. Talvez você precise cair mais algumas vezes pra perceber que o chão não é tão bom quanto se pensa. Talvez você precisa de mais espelhos a sua volta. Mas de mim você não precisa mais. Vira e mexe eu sempre estive viva. Hoje, eu morri pra você. Talvez não te querer mais tanto bem seja a melhor forma de não me decepcionar com suas escolhas. O gigante que embaçava a visão do espelho perdeu toda a sua glória. Agora eu consigo me ver melhor. Se cuida e se ama, por favor.

Dani Fechine

07 setembro 2012

Um Homem de Sorte - Li e recomendo



Sinopse: “Mas não estava em outra época e lugar, e nada daquilo era normal. Trazia a fotografa dela consigo há mais de cinco anos. Atravessou o país por ela.” “Era estranho pensar nas reviravoltas que a vida de um homem pode dar. Até um ano atrás, Thibault teria pulado de alegria diante da oportunidade de passar um fim de semana ao lado de Amy e suas amigas. Provavelmente, era exatamente isso de que precisava, mas quando elas o deixaram na entrada da cidade de Hampton, com o calor da tarde de agosto em seu ápice, ele acenou para elas, sentindo-se estranhamente aliviado. Colocar uma carapuça de normalidade havia-o deixado exausto. Depois de sair do Colorado, há cinco meses, ele não havia passado mais do que algumas horas sozinho com alguém por livre e espontânea vontade. (...) Imaginava ter caminhado mais de 30 quilômetros por dia, embora não tivesse feito um registro formal do tempo e das distâncias percorridas. Esse não era o objetivo da viagem. Imaginava que algumas pessoas acreditavam que ele viajava para esquecer as lembranças do mundo que havia deixado para trás, o que dava à viagem uma conotação poética. Outros pensavam que ele caminhava simplesmente pelo prazer de caminhar. Estavam todos errados. Ele gostava de caminhar e tinha um destino para chegar. Simples assim. Gostava de partir quando sentia vontade, no seu próprio ritmo, para o lugar que quisesse. Depois de passar anos cumprindo ordens no Corpo de Fuzileiros Navais, a liberdade o atraía. (...) Até ter encontrado a fotografia, a vida de Thibault seguia como há muito havia planejado. Ele sempre tinha um plano."

Frases e trechos que marquei:
"Receber seus abraços é receber o maior presente de todos."
"Era estranho pensar nas reviravoltas que a vida de um homem pode dar."
"Colocar uma carapuça de normalidade o havia deixado exausto."
"Ensina-os que mesmo que algumas pessoas sejam deixadas para trás, outras inevitavelmente pegarão seu lugar e que todo lugar tem aspectos positivos  e negativos  a oferecer."
"Bem-vindo à guerra, seu pai parecia sussurrar-lhe. É sempre a mesma coisa: situação normal e tudo ferrado."
"E, em uma guerra, não ter sorte é a última coisa que se pode querer."
"A proximidade gera familiaridade que, por sua vez, gera confiança."
— Não há nada melhor que o amor. Você devia experimentar. Thibault deu de ombro. — Quem sabe um dia."
"Parecia feliz simplesmente pelo fato de estar ao lado dela, e, sem saber o motivo, era exatamente isso de que precisava."
"Às vezes as coisas mais ordinárias podem transformar-se em extraordinárias, simplesmente se realizar pelas pessoas certas."
"Juro pela minha vida que não vim aqui para me apaixonar por você ou fazer você se apaixonar por mim. Mas foi o que aconteceu."
"Todo mundo dá uma de louco às vezes."
"O abraço havia sido só um prêmio extra, nada planejado, mas uma boa forma de concluir o encontro."
"Uma coisa havia sido caminhar para chegar até ali; outra completamente diferente era partir."
"Bons e maus, virtudes e defeitos; ele era dela para sempre. Ela também era dele para sempre, imperfeita como era."

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Bom gente, esse é um dos livros que mais gostei de ler. Nicholas Sparks é um dos melhores autores da minha estante. Gosto muito dos seus romances. Vale lembrar que já tem o filme de "O Homem de Sorte", com Zac Efron e Taylor Schilling. Ainda não tive a oportunidade ver ao filme, mas o trailer já é bastante tentador. Vou deixá-lo aqui abaixo caso vocês se interessem em assistir. Li o livro e recomendo muito. Final surpreendente e a história te prende a todo momento. Leiam e assistam, vale muito a pena. 



Publicação feita por Dani Fechine

05 setembro 2012

"Foi o tempo que dedicaste a tua rosa que a fez tão importante..."

Sabe os espinhos que você deixou? Eu ainda guardo todos. Desde os mais fáceis de serem retirados até aqueles que encravam na pele. De você, eu também guardei as pétalas. Algumas secas, esfaceladas e escurecidas. Algumas ainda não murcharam, e pelo tempo que estão guardadas suponho que se conservarão para sempre. E, infelizmente talvez, guardei de você o que eu deveria ter descartado desde a primeira regada. Guardei as suas raízes. As primárias e as secundárias. Eu cavei fundo, muito fundo, para não machucá-las e para saírem intactas do solo. Eu lavei-as e cuidei como se fosse uma criança mesmo. Eu guardei essas raízes em um potinho e juntei com as outras partes da flor. Não se reintegra mais, mas ela está ali. Os espinhos que ficaram na pele, retiro um a cada dia. Mas são muitos e talvez demore um pouco. Talvez alguns permaneçam, os menores, arrisco. As pétalas perfumam o meu quarto com aquele cheiro de terra, de pó, de passado e de dor. Mas deixam um suave perfume quando se adentra mais profundamente no cheiro. Dão um ar bucólico à vida e ao meu pretérito imperfeito. Mas gosto delas. Gosto da cor bordô que tomaram com o tempo. Mas as raízes... As raízes são mais difíceis. Depois que arranquei-as e guardei-as, em vez de deixá-las morrerem no solo árido que se tornou depois que você se foi, elas se tornaram mais vistosas. Talvez porque de uma vez por todas você se tornou meu. Foi possessivo demais, confesso, arrancar você pela última camada possível e guardar pra mim como se não houvesse vida. Mas perdão, eu te trouxe de volta. Eu te cuidei e te mostrei como exercer o "continue sempre assim". Mas se a gente esquece de regar um dia sequer, a raiz começa a enfraquecer. E é por isso, é por eu ter dedicado tanto tempo a você que eu me tornei também um pouco fraca. Mas é também por perceber que, não importa quantos espinhos nos perfurem, quantas pétalas ressequem, a gente precisa guardar a raiz e nunca deixá-la morrer. Porque é exatamente isso que nos reestrutura novamente. Eu não posso te trazer de volta ao seu estado completo, mas eu posso cuidar de cada parte sua que ficou em mim. Eu posso te plantar de novo, se você quiser. E quem sabe se a gente recomeçar com uma nova flor, ela permaneça para sempre? Se a gente regá-la juntos, quem sabe. Já dizia o Titãs: "as flores de plástico não morrem". Mas essas, queridos, são falsas.

Dani Fechine

02 setembro 2012

Você e um pouco mais

Sobre nós dois que tal os pratos limpos? Entreguemos as flores, secas ou não, com os espinhos que ficaram depois de uma cena inacabada numa terça-feira atordoada. Rasguemos os papeis de carta que foram entregues nas datas comemorativas ou não, escritos em letras de forma ou sem assinatura alguma. Sabe as fotos? Escondamos. De preferência na caixa mais funda do baú, uma dentro da outra, foto por cima de foto, viradas de cabeça para baixo e fechadas a sete chaves com aquele cadeado enorme que ficou guardado esperando utilidade. Peguemos as recordações pra jogarmos fora. Fora do nosso alcance visível, longe das nossas mãos e das nossas vontades de recuperar a lembrança do passado. Esqueçamos toda e qualquer forma de regressão psicológica que em um piscar de olhos nos remete ao início. Eu te peço que não me leia em momento algum. Não leia o meu rosto de pedindo para ir embora de vez e ao mesmo tempo te querendo para sempre. Não leia as minhas mãos nem os meus braços quando eles te abraçam e decidem demorar um pouco pra te soltar. Não leia as minhas palavras te dizendo para jogar tudo pra trás e seguir em frente. Não escute quando da minha boca pularem palavras que te façam ficar. Não me leia de forma alguma. Muito menos os meus passos retrógrados. Não preste atenção em mim. Não repare que eu ainda sou a mesma, que ainda tenho os mesmo sonhos de sempre ou que escrevo textos dos melhores porque você se torna protagonista. Não observe a minha forma te dizer "sim" quando é pra você, muito menos o meu sorriso quando eu te vejo no mesmo ambiente que o meu. Não perceba a minha fraqueza quando você me abraça e eu correspondo achando que tudo voltou. Não leia meus textos te pedindo pra não mais me olhar, te pedindo pra ir embora, te pedindo pra descobrir o caminho da sua vida. Não leia meus textos. Não quero ninguém se descobrindo em mim, não quero ninguém me olhando e me confundindo com um espelho. De reflexo já basta o seu quando falo de mim. Não acredite nas minhas palavras tão fortes assim. Não acredite que seja tão fácil não abrir o baú. Fácil mesmo é acreditar. Não encontramos o que estamos procurando simplesmente porque não sabemos o que procurar. Quando já temos o que queremos e não percebemos, são essas perguntas que se tornam recorrentes: o que você está procurando? Eu procuro não mais escrever você. Não mais transparecer o tédio que sou sem você. Não leia, por favor, meu eu sobre você. 

Dani Fechine

Oração para Setembro - listen


Reza - Rita Lee

Deus me proteja da sua inveja
Deus me defenda da sua macumba
Deus me salve da sua praga
Deus me ajude da sua raiva
Deus me imunize do seu veneno
Deus me poupe do seu fim

Deus me proteja da sua inveja
Deus me defenda da sua macumba
Deus me salve da sua praga
Deus me ajude da sua raiva
Deus me imunize do seu veneno
Deus me poupe do seu fim

Deus me acompanhe
Deus me ampare
Deus me levante
Deus me dê força

Deus me perdoe por querer
Que Deus me livre e guarde de você


Publicado por: Dani Fechine

01 setembro 2012

"Añoranza"

Vim escrever sobre saudade. Quando os olhos embaçam a vista e tudo se afoga em lágrimas. Saudade não é bobagem, é carinho reprimido, é uma infância bem vivida, é muito mais que amor no coração. É ver alguém muito querido embarcando pra outro país e derramar lágrimas, sentir o coração apertar e dizer: é só saudade. Porque você pode ter o visto hoje, mas a saudade quando o dia amanhecer vai ser tão forte quanto no dia da sua chegada. Porque não há nada mais enlouquecedor do que quebrar uma rotina bem sorrida. E então por algum tempo ninguém mais vai te apelidar daquela forma, nem fazer brincadeiras corriqueiras. E aquela pessoa que está lá longe, talvez do outro lado do mundo, vai crescer durante um tempo e você não vai acompanhar. Porque não importa se são 5 anos de idade ou 40, as pessoas mudam muito rápido e a gente nunca gosta de não acompanhar isso. Não é justo. Saudade é quando você escreve um recadinho via SMS e derrama um lágrima. É quando em um minuto você revive todos os momentos com aquela pessoa, desde a sua infância até o hoje que se faz passado e presente. Saudade não é só a pronúncia, é muito mais o agir. Saudade é ruim quando não se dar pra matar ou pra diminuir. Saudade só é bom na medida em que o calendário começa a se apressar. E a distância se encurta. Chega as festas e cadê? Onde foi parar a família reunida? Será que agora sempre vai faltar alguém? Cadê o abraço apertado pela aprovação no vestibular, os brindes de sucesso e o feliz ano novo? Vai ter que ficar pra depois. Mas a gente guarda tudo dentro de uma caixinha pra te dar com o cheiro que você deixou. E ficam todos por aqui, chorando por ele e por nós, mas aumentando cada dia mais a saudade. E dormimos pedindo a Deus, com todo amor que há em nós, que esses dias passem logo."Vuelve pronto!"

Dani Fechine

18 agosto 2012

Grave amor, escreva amor

Eu aprendi o que é amor. Ter, não possuir, ser, querer e ir. Tudo isso é amor. Não se encontra nos casais, nem nos bancos da praça. Você não deduz o amor por um simples casal de namorados, ou marido e mulher felizes. O amor é mais simples e mais bonito que isso. Ele está no lápis que você guardou, nas cartas que você ainda tem, seja de um namoradinho dos seus 7 anos, seja da sua melhor amiga. O amor está no caderno que alguém querido deixou um recadinho, simples, mas que te traz uma boa sensação. Ele também se encontra no colar que você ganhou de presente e que não tira do pescoço. Parece uma espécie de amuleto da sorte. Te faz tão bem, que é amor. O amor é a falta também. Digo e repito nos mil textos que escrevo, que pra ser amor é necessário sentir saudade. E não há nada pior na vida do que sentir a falta de alguém. Seja ela amiga, namorado, parente distante, ou alguém que já morreu e que nada mais consegue preencher. Sentir falta é mesmo muito, muito ruim, mas isso não tem fim. Sentir saudades é o ápice do amor. É amar mesmo sem saber. É amar algum detalhe, algum gesto, não necessariamente uma pessoa. Porque amor não é só carnal, não é só humano. No dicionário, amor significa afeição por alguém ou por alguma coisa. Amar ao próximo. Zelo, dedicação. Nada disso está errado. Só pecou quando definiu. Amor não se define. Amor é um sentimento, e sentimento a gente sente. Amor é contradição, é ódio, é querer estar lá mesmo não indo, é saber descrever o sentimento, mas não saber nomear. Nas histórias românticas, amar significa sofrer. Romeu e Julieta, Tristão e Isolda. Em grande aflição eles se apaixonaram, ou seja, quem diz que está apaixonado, quer dizer que está sofrendo por amor, e o pior: está gostando de sofrer. Mas Tristão não amava Isolda. Amava o que Isolda fazia ele sentir. É assim com todo mundo, não adianta discutir. E amar, acima de tudo, é ser. É saber quem você é, é se conhecer, olhar para o espelho e achar que você é, ainda assim, o melhor pra você. E não vai haver quem te ame tanto quanto você mesmo. Antes de amar alguém, antes de venerar algo, é preciso conhecer o amor próprio. Mas o amor é iminente, é escandaloso, rasteiro e silencioso. Amor não avisa quando chega, não bate na porta, não pede licença. Ele simplesmente te causa. Te muda, te transforma. O amor simplesmente chega. E por fim, o amor não está no coração. Ele está em você. Amar é muito mais que palpitar o coração, sentir frio na barriga, corar o rosto. O nome disso é paixão. Amar é sentir-se bem, querer uma companhia, é sentir saudade de um abraço e de um "tudo dará certo". O amor pode ir de encontro à você. Ele pode simplesmente de surpreender. O amor está na falta. Eu aprendi a descrever o que é o amor. Mas que absurdo seria se eu viesse a defini-lo.

Dani Fechine

12 agosto 2012

Transformando "ouro" em "orgulho"

Eu queria conseguir escrever a sensação de satisfação, amor, emoção e orgulho. É mais fácil deixar lágrimas cair do que do que tentar definir o que a gente sente quando ganha algo muito bom. Meu amor pelas seleções de vôlei sempre foi imensamente grande. Sempre doeu meu coração só em perder um jogo na TV, sempre dói em mim quando alguém se machuca, quando perdem o jogo, ou quando algo dar errado. Quando o saque vai na rede eu penso forte "no próximo ponto recupera, vamos lá!". Eu nunca penso que não dá mais. Eu acredito na vitória até o apito final. Eu acredito que sempre venceremos. É um amor inexplicável. Inútil para alguns, com certeza, mas de valia enorme pra mim. Porque não há paixão nenhuma que não te traga coisas boas e a admiração que eu sinto por cada jogador e jogadora, e por cada técnico (vale ressaltar que são os melhores do mundo), me faz transformar tudo isso em amor. 
Nessas Olimpíadas foi diferente. Eu só pude confirmar esse sentimento sensacional. No primeiro jogo dos meninos meu coração já foi a mil por hora. Eu não sabia se torcia, se gritava ou se ficava esperando o jogo acabar. Com as meninas, da mesma forma. Há sempre algo que me puxa pra TV. Depois que eu li o livro que Bernardinho escreveu - Transformando Suor em Ouro - eu me encantei ainda mais. Essas últimas semanas foram de pura aflição. Cada jogo difícil para eles e elas eram difíceis pra mim também. Difícil porque ficava incerto. Mas eu nunca cobicei a medalha de ouro. Eu só queria vê-los jogar. Vê-los dar um show, mostrar o que é um jogo de verdade com arte e ousadia. Eu só queria assisti-los, prestigiá-los e homenageá-los com minha emoção. Eu fiz tudo isso. E eu comemorei cada ponto marcado.
Nessas finais eu fui a loucura.
Primeiro veio a final do feminino. A campanha tinha sido boa, vá lá. Mas o primeiro jogo com as vilãs norte-americanas não tinha sido a nosso favor. Perder de 3 sets a 1, com uma muralha na rede, foi difícil superar. Mas algo confortava. Há quatro anos atrás o flashback rolado neste sábado, se iniciava. Brasil e Estados Unidos na final das Olimpíadas. Nós ganhamos. Campeãs olímpicas, com toda garra e força que aquelas guerreiras têm. 2012 era o ano novamente. E quando as meninas entraram em quadra, quando cada nome foi sendo anunciado e o time sendo formado, eu fui me arrepiando completamente, fui sentindo um frio enorme na barriga. Parecia que eu estava na quadra. Foi de um nervosismo inexplicável. E aí eu vi o Brasil perder vergonhosamente no primeiro set, eu vi Sheilla errar todos os seus ataques, vi Thaisa parar na rede, Fabi perder todas as bolas de recepção e vi Jaque errando saque como se nada estivesse em jogo. Mas eu dizia a mim mesma que era apenas ansiedade de uma final dejá vu. E foi. O Brasil mostrou com categoria o que é uma seleção olímpica. Aí sim, o jogo mudou de lado. O Brasil simplesmente destruiu Hooker. Garay conseguiu substituir Paula Pequeno com perfeição. Virou todas as bolas. Dani Lins não mais errou seus toques de levantadora e conseguiu passar a bola perfeita para Sheilla e Jaque fecharem o jogo. Elas deram show. Massacraram com seus sorrisos de satisfação, de quem lutou muito para chegar até alí, sorrisos de cansaço, dor e alegria. E ganharam. Ganharam com a mesma pontuação que haviam perdido na fase eliminatória. Que ironia. E então eu vi Zé Roberto ser tri-campeão olímpico. Vi Fabi chorar com seu bi-campeonato olímpico. Vi o olhar de gratidão de todas as jogadoras e de todas as equipes quando tiveram a atitude belíssima de se ajoelharem e agradecerem a Deus. Eu quis estar lá. Mas eu chorei daqui. Eu nunca vi pódio mais animado que esse. Tirando as caras frias e amarradas das jogadores norte-americanas, eu só vi alegria e respeito. Tudo deu certo. O ouro foi nosso. E o mais importante aconteceu; eu torci até o fim, gritei e chorei até a última bola em quadra, e mesmo derrotadas eu estaria alí, na frente da TV prestigiando toda a premiação. Sigam em frente. Vocês são as melhores do mundo. Valeu Zé Roberto, valeu meninas.
E como se não bastasse minha alegria derramada em lágrimas no sábado a tarde, os melhores do mundo resolveram também pisar em quadra pra disputar mais uma final. Eu não podia imaginar uma derrota. Afinal, o jogo contra a Rússia uma semana antes foi de uma facilidade incrível. O nosso adversário (clássico) das semi-finais, os temidos italianos, foram derrotados com classe. Mas eu estaria pronta pra ver a Rússia jogando com tudo que sabia. Eu estava pronta pra ver o jogo mais difícil das Olimpíadas. Me enganei, em partes. O Brasil jogou seus primeiros minutos como quem realmente tem o melhor do mundo na equipe. Virou bolas espetaculares, bloqueou o mais alto que conseguiu. O indestrutível Mikhaylov parou na rede brasileira e na muralha chamada Serginho. Parecia um jogo fácil. Todos esperavam os três sets a zero. E aí, com um Brasil invencível, o técnico russo foi para o tudo ou nada. Colocou Muserskiy como "ponta" e parecia até uma escolha desesperada. Superou todas as expectativas de Bernardinho e da equipe brasileira. Muserskiy destruiu a rede adversária. O invencível Mikhaylov se tornou pequeno na frente de Muserskiy. A muralha brasileira desmoronou. A experiência de Giba entrou em quadra, mas nem isso adiantou. O nervosismo foi maior que a garra de virar o jogo. A vontade de ser bicampeão para uns e campeão para outros, se juntou a ansiedade de terminar o que já estava escrito e ganho. E foram lá com toda sua sede ao pote.
O Brasil fez o seu melhor. O Brasil foi o seu melhor. O Brasil foi o melhor do mundo. E eu chorei a cada virada da Rússia. Eu derramei milhares de lágrimas a cada set perdido e chorei como quem perdeu alguém querido, quando o apito final soou. Choro de tristeza. Ver Bernardinho chorando na entrega das medalhas, Murilo e Sidão abaixando suas cabeças no pódio, Rodrigão (e outros) se despedindo de um vida inteira imbatível e Bruninho se aguentando para não explodir com sua vontade tão grande de sempre vencer, foi de partir o coração do torcedor. Eu quis estar lá e gritar para todo mundo ouvir que eles ainda são os melhores do mundo e a torcida brasileira jamais abandona. Eu me orgulho de todos eles. Eu me orgulho também dos que não puderam ajudar tanto. Vissotto machucado, mas com sua campanha belíssima e sua vontade enorme de mudar o jogo, e Gustavo, assistindo tudo por uma tela mas torcendo mais do que qualquer outro brasileiro. Eu admiro vocês. Mas o que a gente viu foi um jogaço de empate onde no final alguém tinha que se sobressair. Infelizmente não fomos nós. Mas eu choro daqui e sorriu também, esperando e desejando que chegue o mais rápido possível as Olimpíadas de 2016, porque não importa quem vença, quem perca, quem chore ou sorria. O importante será ver a maioria de vocês novamente, lutando com toda garra e força para conseguir o ouro. E se não conseguirem novamente, eu vou estar aqui pra dizer que TUDO valeu a pena e que pra mim você são os ouros mais importantes para um Brasil como o nosso.

Dani Fechine

11 agosto 2012

Para todo mundo ler


Se um dia na sua vida você tiver que saber quem na vida mais te amou,  quais foram as pessoas que mais te amaram de verdade,  é só descobrir as pessoas que mais te perdoaram. 
 Uma matemática fácil de ser feita, porque, na vida, nós só temos o direito de dizer que amamos depois de muitos outras vezes termos precisado perdoar alguém. Que o amor é justamente o momento em que você descobre o outro fazendo tudo errado, tudo ao contrário do que prometeu e, mesmo assim, você ainda tem reservas, aí dentro, pra trazê-lo de volta, pra olhá-lo nos olhos no momento em que ele não merece, pra desconcertá-lo com seu perdão no momento em que ele espera sua acusação;  e nisso Jesus era mestre.
Da mesma forma, se você quiser saber quem você mais amou, é só começar a contar nos dedos às pessoas que você mais precisou perdoar,  porque o amor não existe fora do perdão. Se essas pessoas que dizem que te ama só porque você faz as coisas certas. Cuidado! Porque no dia em que você não conseguir fazer tudo certinho e ele te dispensar, fica triste não! É porque nunca te amou.
Há relacionamentos que acabam no primeiro momento de fraqueza. Nunca foi amor! Amor é essa capacidade heróica que nós temos, que foi dada por Deus, e que a gente alimenta à medida que a gente vive, de ser capaz de ajudar o outro a ser melhor. 
Às vezes, nós achamos que para amar o outro tem que ser perfeito. Isso não é amor, isso é admiração! Não faça dos seus afetos apenas uma admiração pelos outros!  Eu até costumo dizer, costumo radicalizar. A gente só sabe que ama à medida que o outro é inútil pra nós. É inútil, não serve pra nada, e, no entanto, eu não sei viver sem ele na minha vida. Quando é inútil pode envelhecer do lado, porque a relação já não passa mais pela utilidade.
Enquanto você espera alguma coisa do outro, corre-se o risco de ainda de não ser amor. Amar é você descobrir que o outro não serve pra nada e, no entanto, você não sabe ser você se ele não estiver do lado; já não está mais na estância da utilidade, mas é do ser, eu já não consigo dizer meu nome sem dizer o seu junto. Por isso a gente é capaz de perdoar, se não é capaz de perdoar é porque não é amor.
Eu não aprendi isso nos livros. Aprendi isso na minha casa. Nasci numa família de muita dificuldade, muito sofrimento, foi muito difícil ser gente lá dentro, mas valeu à pena. E por isso eu aprendi que Deus é assim, que Deus não se cansa de nós, que Deus continua com a porta aberta, porque, quantas vezes nós precisarmos da sua misericórdia, Ele estará sempre pronto pra nos perdoar. Porque Deus não sabe fazer outra coisa senão nos amar.
Deus não sabe fazer outra coisa senão nos olhar nos olhos e nos dar uma nova oportunidade, porque Ele nos ama de verdade, Ele nos ama de fato, e quando a gente acredita no amor do outro, nós não desconfiamos dele. Eu posso ser o pior dos homens e você também pode ser o pior dos homens, a pior das mulheres, mas, pelo amor de Deus, nunca desacredite que Deus ama você.
Não é o que nós fazemos de certo, ou o que fazemos de errado que vai fazer com que Deus nos Ame mais ou nos Ame menos. Não! Esse é o amor humano e ele é mesquinho assim.
Eu me recordo que uma vez, nós fomos chamados lá em casa porque o meu pai estava muito embriagado no centro da cidade, tão embriagado que não conseguia voltar pra casa. E naquele momento quando chegamos lá, havia chovido, e o meu pai estava caído na sarjeta, todo sujo de lama. Naquele momento eu senti uma vergonha danada. Era um menino pequeno. Tinha medo e vergonha de que os meus amigos pudessem ver o meu pai caído daquele jeito.
Hoje, depois de tanto tempo já vivido, e meu pai já ter falecido, eu descubro que aquele sentimento que eu tinha, não era um sentimento de vergonha. Era um sentimento de indignação. Porque indignação brota do amor, a vergonha não. Você fica indignado quando você ama, porque você vê a pessoa no lugar errado, é o mesmo que Deus fica quando nos vê na sarjeta também, nos momentos em que vê que a nossa dignidade está maculada, está escondida. Ele não sente vergonha de nós, mesmo quando estamos no pecado, Ele se sente indignado só, de ver um filho que Ele criou, que Ele pôs no mundo, e de perceber que ele não está conseguindo ser feliz.
Hoje, minha gente, se eu pudesse voltar no tempo e reencontrar meu pai nem que por cinco minutos, eu gostaria de dizer a ele aquilo que eu aprendi na teologia e que a vida foi me ensinando também - Meu pai, na minha vida eu te amei, não foi por aquilo que o senhor fez de certo nem deixei de amar pelo que o senhor fez de errado, na minha vida, eu te amei por uma única razão, tu és o meu pai. Me dando orgulho, chegando do trabalho, tu és o meu pai. Me pegando no colo, trazendo alegria, me amando, tu és o meu pai. Mas, caído na sarjeta, continuas sendo o meu pai, porque entre o meu coração e o teu há um elo de significado que nenhum erro pode apagar. Eu não consigo esquecer que tu és o meu pai, mesmo quando tudo está dando errado. 
É aquela mesma história, daquela mulher que estava parada na casa de detenção, em Taubaté, Presídio de Segurança Máxima. Quando alguém chega perto dela e pergunta: - O que que a senhora veio fazer aqui? E ela disse: - Eu venho ver o meu menino.
O “meu menino” é um dos presos mais perigosos do Brasil. Para mim e pra você. Porque para aquela mulher continua sendo o menino dela.
Isso é o significado, isto é amar mesmo na inutilidade, é a gente nunca esquecer do significado que o outro tem pra nós. Às vezes, nós somos assim, deixamos de amar os pais da gente por aquilo que fizeram de errado.
O seu pai pode ter sido um fracassado como seu pai pode nunca ter causado orgulho ao seu coração, mas nunca se esqueça! Mesmo fracassado, ele é o teu pai. Não pode morrer sem olhar nos teus olhos e sem descobrir isso. 
Às vezes, nós amamos as pessoas e deixamos de amar muito facilmente. Não permita que isso aconteça com você! E nem permita que o teu coração caia no descrédito no momento que você não consegue acertar. Você é muito mais do que isso!
Quem gosta de condenação é o Diabo. Ele que fica parado nas esquinas da nossa vida,  nos fazendo olhar para o passado e nos acusando daquilo que passou, daquilo que a gente não deu conta.  E você está assim de representantes do Diabo na sua vida, de pessoas que te acusam todas as horas. Esses nem tem feriado pra eles. Estão de plantão o tempo todo, para nos desanimar, para colocar em nós uma imagem negativa sobre nós mesmos. Pessoas que nos fazem piores do que somos.  Estes são os mandantes do demônio o tempo todo. São os falsos amigos, querem nos ver eternamente caídos na sarjeta, e que sempre têm uma condenação a mais pra nos oferecer.
Eu não quero ser uma pessoa assim, nem gostaria que você fosse. Porque enquanto o Diabo fica parado mostrando o que a gente não fez ou o que a gente fez de errado. Deus segura na nossa mão e nos faz olhar pra frente e só nos diz assim: - Olha só o que você ainda pode fazer de bom! Ao invés de ficar parado ao que você não conseguiu, prenda-se, ao que você ainda pode fazer.
Você pode ter sido um péssimo filho até o dia de hoje e nunca ter amado seus pais pelo significado deles, mas você pode amar a partir de hoje. É só olhar o significado e esquecer um pouco os defeitos!
O casamento pode está degringolado por causa disso. Esqueceram o significado que um tem pro outro.  Começaram a se odiar por aquilo que os outros faziam de errado.  Não! É Deus que nos fala, que Ele ainda espera por nós.
E se Deus ainda espera por você, quem sou eu pra não esperar agora? Se você que é pai, sabe que Deus ainda espera pelo seu filho, quem é você pra não esperar agora? Se Deus ainda acredita no seu filho, mesmo perdido nas drogas, mesmo caído na prostituição, se Deus ainda acredita nesse menino e nessa menina, quem é você pra duvidar agora? E se hoje Deus pudesse, quem sabe, ou ser surpreendido por você, eu tenho certeza que Deus olharia pra nós e nos chamaria assim: São meus meninos!
Eu olho pra você e não quero ver outra coisa, senão, meninos e meninas de Deus, que Ele ama, que Ele tem predileção e que Ele não se cansa nunca.
Você vale à pena!  Ainda tem jeito pra você. Porque Deus ainda acredita em você!

Padre Fábio de Melo

04 agosto 2012

Bom, ruim

Decisões, sonhos, futuro, são palavras que automaticamente remetem o "adeus". Nunca haverá uma escolha, sem que haja uma desistência, nunca haverá a realização se não houver um sofrimento e nunca haverá o amanhã se o ontem ainda existir. Muito fácil pensar , imaginar, viajar nas suas imagens, nos lugares que você quer ir, nos livros que você quer escrever, no curso que você quer fazer, na família que você quer ter. Isso tudo é muito fácil, e venhamos e convenhamos, é um prazer imenso. Difícil mesmo é ir atrás. Dar adeus a tudo que te prende, tudo que te impede, tudo que te distrai. Dar adeus aos outros. Porque seus sonhos e suas metas não dependem de ninguém, além de você mesmo. Ninguém saberá o que fazer, se você não souber. E não adianta palavras sábias, conselhos amigáveis, ou um abraço que fala "você vai conseguir". Porque se você não confia em si mesmo, tudo isso se torna inútil. E então você some um pouco, até mesmo por obrigação, por consciência, por medo até. E se torna cada dia mais difícil ver os outros mais felizes que você, mais amigos que você, sendo felizes da mesma forma como era com você. Cada dia se torna mais difícil perceber que você gritou um "help" para o mundo e ninguém ouviu. Torna-se complicado voltar à vida quando a saudade é só sua. Quero dizer que é difícil e triste não sentir reciprocidade. Mesmo quando a gente fala da "falta", da ausência. E aí você foca em si, se congratula, se cobra, deve a si mesmo, e segue. E não há ninguém nessa vida que entenda o esforço que você faz, não há quem entenda o que você quer ser, o que você sonha todos os dias. Mas há quem te empurre pra baixo, quem de desencoraje, quem te meta medo de verdade. Há nesse mundo quem não te queira o bem. E quem não te entende, você encontra de monte. Difícil também é olhar para os seus próprios passos. Ver os rastros que deixou, as marcas que foram se apagando e algumas manchas que jamais foram limpas. Mas a gente encontra também alguns anjinhos, umas criaturas inocentes, decentes, complacentes, e terrivelmente bondosas, gentis, engraçadas. E a gente pensa em como, durante quase 10 anos da sua vida, você pôde não se tocar sobre a importância que eles te causaram. E você para pra pensar e fala sozinho: "Poxa, só podem ser uma segunda família." Pessoas que estão contigo dia e noite, literalmente, e não se cansam de você. Te entendem, te conhecem, sabem te fazer rir e chorar, sabem te estressar, te acalmar. Eles te conhecem, eles sabem ser você também. Eles não te deixam.
Mas agora você parece se esgotar, você parece estar saturada de tanto coisa, tanta gente, tanta preocupação, tanto medo, ansiedade, tantas letras e números, tantas aulas, tantos livros. Eu quero jogar a caneta fora, quebrar a ponta do lápis, queimar meus cadernos, e comemorar. Eu quero chorar de alegria por amigos queridos, que têm sonhos bem maiores que os meus, quero chorar por mim. Quero chorar por ter conseguido, por ter chegado até o fim, pelo menos. Quero sorrir de alegria, fazer tudo o que eu não fiz, tudo que eu perdi, tudo que eu quis e não pude. Eu quero sorrir por estar de volta ao tempo. Mas agora eu quero ir atrás. Não tenho tempo pra saudades. Meu tempo é pra sonhar. E já dizia um querido: "Bom é sonhar, realizar não é tão bom, mas ruim mesmo é não realizar."

Dani Fechine

27 julho 2012

Escolha uma estrada

Assistindo a um desses programas do Pedro Bial, me veio uma vontade enorme de escrever sobre. O tema era felicidade. E aí com tantas opiniões, tantas discussões sobre o assunto, tantos desencontros, a gente percebe que felicidade é muito difícil. Muito difícil de falar, de encontrar, de deixar permanecer. É difícil saber o caminho. Porque a felicidade é o próprio caminho. Você pode dizer, resumindo em uma palavra, que felicidade é família ou Deus ou amigos ou você mesmo. Mas felicidade não se trata de nada disso. É muito mais do que receber um telefonema, uma carta, um recado. É muito mais que um abraço apertado de alguém que você não vê há muito tempo, alguém que foi e que não voltou cedo. É muito mais que um beijo amigo, que um carinho na nuca, que acordar com o pé direito. Felicidade não são momentos. Não é um estado de espírito, não é um sorriso no rosto, não é a gargalhada que você solta com uma notícia boa. Felicidade também pode ser tristeza. Felicidade vai de cada um. Alguns podem dizer que é amor. Mas o que é amor? O que te faz amar? Outros podem dizer que felicidade é simplesmente estar vivo, estar de pé, estar vivendo. Ter pessoas maravilhosas ao lado, te ajudando, te fazendo ser quem você realmente é. Isso tudo te faz feliz. Mas isso não é felicidade. Felicidade não é momentâneo, não é receber um chocolate ou um presente surpresa, muito menos matar as saudades de alguém distante. Felicidade é um direito e uma escolha. Ela não está nos milhões de amigos das redes sociais, nem nos números da agenda telefônica. Não estão nas mensagens que você recebe, nas roupas que você usa, no celular que você tem, nem nas suas unhas que cresceram. Você não encontra felicidade na sua escola junto com seus amigos nem quando recebe a ajuda de alguém. Você encontra e passa alegria. Mas também não há nada mais feliz que ver quem você ama feliz. Mas isso é o estado de espírito "estar feliz", logo, ainda não é felicidade. A felicidade você não encontra, mas procura. Felicidade é a busca por ela mesma. Ninguém nunca encontrará a felicidade. A felicidade é o caminho. Existe alegria e o ser feliz. E não são sinônimos de felicidade. Felicidade não se acha na dobra da curva, felicidade se busca. E já dizia meu querido Pedro Bial: Eu sigo em frente, felizmente. 

Dani Fechine

20 julho 2012

Meu melhor lado

Eu queria poder sair por aí abraçando todos os meus amigos. Pegar um carro, passar na casa de cada um e dizer o quanto eles são importantes pra mim e o quanto a minha vida depende deles. Mas só se eu pudesse fazer isso com todos. As barreiras geográficas me impedem de realizar qualquer sonho parecido com esse. Eu tenho os melhores amigos que alguém já quis ter. E eu os levo comigo aonde eu vou. Seja no outro lado do país, na região central, no outro lado da cidade, um vizinho, algumas ruas de distância, todos são meus anjos da guarda. E eu não os deixaria ir embora com tanta facilidade.Tenho amigos de muito tempo. Amigos de infância, sabe? Aqueles que, realmente, nunca desapareceram. E que o mundo pode acabar, as pessoas podem sumir, tudo pode dar errado, mas quando você olhar pro lado ela vai estar ali. Não esperando você se arrepender de algo, mas estando pronta pra dizer: "eu sempre estarei aqui". E é verdade. Ela sempre estará aqui.
Tenho aqueles amigos distantes também. Que se fazem mais presentes do que muitos que moram perto de mim. Amigos que eu desejo todos os dias poder abraçar bem forte e não querer mais sair do lado. Amigos que eu peço a Deus que nunca deixem de ser tão maravilhosos como são, tão bons e humildes. Amigos que, se eu pudesse escolher, seriam meus vizinhos. Grudados na minha casa, grudados em mim. São aqueles amigos que eu choro por terem surgido tão longe de mim e ao mesmo tempo tão perto. É uma das amizades mais preciosas que tenho; aquela que resolveu se esconder no Sul do país.
Eu tenho amigos que são do tipo "pra toda hora". Aqueles que a gente não conversa sempre, não ver sempre, não se abraça sempre, mas que sempre lembra todos os dias de quanta falta o outro faz. Amigos que se a gente pudesse guardaria num potinho fechado a sete chaves, com um lindo laço de fita vermelha, pra nunca ir embora, e estar sempre presente, em qualquer lugar. Esses amigos são aqueles que acham que a gente não se importa tanto, não ama tanto, não quer tão bem quanto imaginam. Esses amigos são aqueles que se enganam muito também pensando dessa forma. Aqueles amigos que se a gente pudesse gritar pra o mundo inteiro (de modo que todos ouvissem) o quanto a gente ama, e quer bem, e quer perto, e quer além do coração, só pra provar o quanto a amizade é forte, a gente gritaria.
Tem aqueles amigos do colégio também. Esses eu não podia deixar de lembrar. Porque com tanta gente a nossa volta, eles são os que mais nos conhecem e nos entendem. A gente, simplesmente, vive junto. Já viram minha cara de sono, de braba, de choro, de alegria, já me viram com maquiagem, sem, de cabelo feio, liso, cacheado, preso, solto, de farda, de havaianas, de tênis, de shorts e camiseta, de biquine. São aqueles amigos que constroem a sua segunda casa, seu segundo lar e se fazem presentes todos os dias como uma família, que conhece todos os seus defeitos e todas as suas qualidade e que mesmo assim convive com eles todos os dias e confia em você pra tentar melhorá-los. Eu os amo demais também.
Tem os amigos que são a sua própria família. De corpo, alma, sangue e sentimento. Que você pode até não se aproximar tanto, não confidenciar nada, não demonstrar muito, mas você ama imensamente e sabe que se um galho daquela árvore cair, tudo desmorona. Na verdade, eles são a raiz para qualquer início de amizade, sendo de fora pra dentro. Eles são a base e o topo. São nossa imagem conjugada em outro espelho.
E então os mais difíceis de falar. Uma mistura de tudo que você já conheceu e de que ainda vai conhecer. Amigos que eu posso chamar de irmãos. São uma mistura de família, de amigos distantes, de infância também. Uma mistura que deu certo. É a minha linda irmandade, que eu não deixo por nada. Não são simples amigos, simples pessoas. Dentro dessa família eu encontro abrigo, refúgio, abraço apertado e sincero, amizade verdadeira. Têm aqueles que são essenciais pra essa casa se manter de pé. Essenciais pra minha estrutura também se manter. São aqueles que não importa o quanto o tempo passe, o quanto as coisas mudem, eles sempre serão os mesmos. Serão sempre os irmãos que eu escolhi ter. Estarão sempre te passando alegria e te ajudando com suas angústias. Eu poderia até dividi-los com vocês, se eu não tivesse tanto ciúmes, se eu não os amasse tanto e se eu não os quisesse só pra mim. Guardadinhos no meu coração. Lá dentro se encontra de tudo. Desde o colega até o melhor amigo. Tem a mãe, que sustenta tudo aquilo, não deixa nunca a corda se arrebentar, e com tantos desencontros, ela consegue se equilibrar bem. Tem aquele que a gente se "confessa" sempre e que se ele não existisse não seria a mesma coisa. Tem o que nunca te deixa chorar, o que nunca te esquece, tem a que te ama desde muito tempo e que nunca deixou de amar; tem quem você duvide, mas que mesmo assim tem um carinho enorme; tem aqueles mais distantes que não deixam de ter um lugar guardado dentro do coração; você encontra também alguém bem próximo, que embora ele ou ela não saiba, você ama demais. Dentro da irmandade tem de tudo. E tem principalmente, eu, que não seria nada sem eles.
Feliz dia do amigo pra todos vocês que me cativaram e que me amam do jeito que eu sou. Eu agradeço sempre por ter todos vocês. E pode parecer clichê, parecer brega e meloso, mas quem tem amigos de verdade sabe que dizer "eu te amo" é muito pouco para o que realmente a gente sente.

Dani Fechine

Opção do coração

Seria injusto num dia como esse não dedicar alguma coisa a você. Quando a gente tem um amigo que pode chamar de irmão, não podemos pedir mais nada. Porque com ele encontramos e temos tudo. Depois que eu te conheci e que eu percebi que a vida com você ao lado se torna muito mais bonita e mais fácil, eu tive que te guardar comigo, aonde eu fosse. Como se você fosse uma espécie de amuleto da sorte. E realmente é. Quando eu pude perceber que sem você tudo perde a graça, eu quis te levar pra todos os lugares que eu estava presente. Quando eu percebi que se você não tivesse aparecido na minha vida, sem dúvida alguma, eu teria implodido, eu passei a valorizar cada momento de desabafo que você me proporcionou, cada abraço que serviu de tranquilizante e cada palavra de conforto que eu ouvi da sua boca. Tudo bem que nem sempre você sabe o que dizer, nem sempre nossas ideias são as mesmas, muitas vezes você está errado, muitas vezes eu também não quero ver a realidade, mas você sempre esteve ali. E eu te amo muito por isso, porque você nunca foi e nem nunca vai embora. E mesmo que a gente brigue, que a gente chore (e a gente realmente chora), nós sabemos que no final do dia tudo dará certo, porque é impossível deitar a cabeça no travesseiro sabendo que ficou algum mal entendido entre nós dois. Porque se um dia eu acordasse e você não estivesse mais ali como meu melhor amigo eu daria a volta ao mundo pra te encontrar. É como a gente ouve dizer por aí: se você não existisse eu teria que te inventar. E sabe porque? É muito difícil levar a vida a diante quando não se tem alguém que segure sua mão e diga que mesmo que tudo dê errado ele não vai sair dali. Alguém que não te deixa cair, mas se no chão você se encontrar, ele terá forças o suficiente pra te levantar. Um amigo que diga que você está errada e que tente te mostrar o caminho certo - mesmo sabendo que você não vai seguir. Todo mundo precisa de um melhor amigo pra viver. De alguém em quem confiar de olhos fechados, sem tirar nem por nada. Alguém que te veja feia ou bonita e mesmo assim te acha linda, alguém que já ouviu todas as besteiras do mundo saindo da sua boca, e mesmo sem achar graça nenhuma, riu de você e riu com você. Todo mundo precisa de um amigo pra compartilhar aqueles momentos errados que nenhum dos dois devia ter passado, mas já que passou, que um escute as sensações do outro. Um amigo que te escute com a maior paciência do mundo mesmo não sabendo o que dizer depois. Todo mundo precisa de alguém que te ame como você é! De vestido, de salto alto, de calça, de pijama, de chinelos, gorda, magra, feia, rindo ou chorando; você precisa de alguém que te ame naturalmente. Você precisa de alguém que seja seu lar. Sua morada. Sua terra do nunca. Você precisa de alguém que te conheça dos pés a cabeça, que saiba todos os seus defeitos - e que os critique -, mas que saiba também cada qualidade sua, cada bondade e cada motivo que te fez sorrir. É importante ter alguém que te siga, que te guarde pra sempre, que nunca te abandone e que nunca te falte. É necessário ter alguém pra chamar de "melhor amigo" e chorar se um dia algo vier a separá-los.
O que eu posso dizer é que eu tenho alguém com tudo isso que eu preciso. Eu tenho um melhor amigo que eu posso chamar de MEU melhor amigo. E se um dia ele vier a me deixar sozinha, eu irei até o fim por essa amizade. Porque melhor amigo não é namorado, não é amigo, não é colega. Melhor amigo é muito mais que isso. Amizade não tem essa de "idas e vindas". Ela simplesmente começa e não tem fim. Nos corações de cada um aquilo ali é pra sempre. E pode ser que um dia estejamos a léguas de distância um do outro, pode ser que o mundo nos coloque um pouco longe (fisicamente), mas eu irei até onde você está, lutando com tudo pra te ver. Porque você pode até se cansar de mim, mas eu nunca te deixarei em paz. E não que os outros sejam menos importantes, mas você é o meu tesouro que eu guardo comigo o tempo inteiro. E pra não deixar de dizer o que eu sempre te digo, eu termino esse texto com as três palavras mais sinceras e que resume toda a nossa amizade e cumplicidade: eu te amo.

Dani Fechine

04 julho 2012

Ainda somos os mesmos

Ele e ela. Nunca diriam que daria certo nem que daria errado, mas que sempre estariam juntos. Ele, lindo; ela, inteligente. Se o amor fosse só uma soma seria uma igualdade perfeita. Mas não. Antes da soma se faz a multiplicação. E foi nisso que erraram. Que errou. Nunca se viu falar de um sem lembrar do outro, não importa em que lembrança um dos dois viessem. Construíram histórias. Deixaram marcas em muitas pessoas. Ele, na sua fase romântica, teve lá suas decepções. Ela, na sua fase lúcida e arrependida, teve também o que chorar. Saíram juntos, enfrentaram chuvas (no sentido literal ou não), aguentaram o sol quente, pisaram fundo no acelerador, viajaram, sonharam, criaram, planejaram, choraram, procuraram um ao outro, passaram horas no telefone, brigaram, sorriram, se abraçaram como quem nunca mais iria sentir aquela sensação na vida, assistiram aos melhores filmes e aos piores também, comemoraram dia dos namorados, aniversários, trocaram presentes, cartões e beijos, foram e voltaram, foram e voltaram, foram e voltaram, foram e não voltaram. Nunca deixaram de trocar ligações ou sms em noite de natal e ano novo, separados ou não. O mais engraçado é que nunca deixaram de existir em dois a dois. Ela, nunca desacreditou. Ele, nunca soube o que pensar. O destino os une a cada esquina, seja num tropeço ou numa festinha de fim de tarde na casa dos amigos. Esse negocinho que chamam de destino é traiçoeiro. Se você acredita demais nele, tudo começa a fazer sentido. E aí ou você quebra a cara de vez em quando ou vai ser feliz pra vida toda. Em passos lentos da vida, um acelera e se iguala ao outro. E nada por vontade própria. Parece que tem alguém com um controle remoto guiando os dois. De repente a pilha acaba e eles param bem ao lado numa dobra qualquer da Highway. E se olham, e se falam, se abraçam, sorriem novamente, e vão embora na esperança de não se carregarem novamente. Ele sempre volta ou ela que nunca vai? Ela que sempre volta ou ele que nunca vai? O tempo passa e muda as pessoas. Mas dento continuam as mesmas. Ela o conhece melhor que ele mesmo. Mas nenhum dos dois entendem a si mesmo. Ela quer o melhor pra ele. Ele sabe disso. Ela deixa a antipatia de lado se é da delicadeza que ele gosta. Ele finge ser o mesmo, quando é do passado que ela sente falta. Os dois ainda andam por aí sem pressa, sem avançar sinal vermelho e parando em cada placa de "PARE!" que encontram por aí. De vez em quando se cruzam nas ruas, nos encontros, nas saída, nos amigos. De vez em quando se abraçam e se protegem. As vezes dançam, cantam e param. E como mais ou menos disse Tati Bernardi, os dois vão andando nessas linhas meio tortas mesmo, afinal, se não fossem tão tortas não teriam se cruzado um dia.

Dani Fechine